segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Lá voltarei eu hoje


(Affonso, Baixa Pessoana)


Betesga foi o ponto de encontro. A hora limite: 3 da tarde.
Começou. Com algum alvoroço mas começou. Para trás e para a frente. Sempre de encontro com os antigos cafés, restaurantes, as firmas onde trabalhou e de todos os locais de frequência de Pessoa.
As primeiras etapas situavam-se todas na baixa da cidade. Sendo que pouco tempo depois do início da visita, começamos a subir na direcção dos armazéns do chiado. Aqui, como em todos os pontos de referência, houve uma pequena explicação da parte de um aluno ou de um professor.
Sempre a subir fomos dar ao Carmo.
A pedido de muitos (e tal como já estava previsto) houve uma interrupção para o lanche em frente à Igreja dos Mártires.
Encurtando por aqui e por ali o percurso prossegui com algumas alterações.
O ambiente esteve agradável. Uma troca de informações da parte de todos. Uma curiosidade por conhecer mais (ou ainda mais) a nossa cidade, que embora estejamos sempre a dizer mal dela e a pedir que dela nos afastemos, até gostamos deste quintal.
Voltámos a descer! Inicialmente pensei e até manifestei algum desagrado pelo simples facto de o percurso estar feito para nos por a andar constantemente a subir e a descer. Agora percebo. Como pode alguém querer conhecer esta cidade sem subir e sem descer? É como ir à praia e não conhecer o mar. É como ir ao campo e não respirar.
Estas subidas e descidas que caracterizam são o melhor que ela tem! Os miradouros. Os recantos. As casas. As águas furtadas. Os cafés. Todos os pormenores. Tudo e tudo. É do pormenor que nasce o todo. É esta a nossa cidade. (pelo menos minha ela é……).
Ai Baixa Pombalina, ai Baixa! Porque não me cansas? Porque não me canso eu de ti?
Rua do ouro, dos Funqueiros, da Prata, da Conceição, da Madalena. Tantas, tantas foram as que passei, mas que não passaram. Lá voltarei com certeza. Lá voltarei eu hoje. Disso tenho eu a certeza.
Quem me dera que muitas das minhas tardes fossem assim. A passear. Mas não um passeio por passeio. Mas sim porque passear pode ser sinónimo de viver. Uma tarde que na minha opinião foi muito agradável. Lá voltarei. Lá estarei. Disso tenho eu a certeza.


Publicado dia 23 de Fevereiro

1 comentário:

Anónimo disse...

Já em Janeiro tinhas escrito, recordo-o, um (excelente) texto de "enamoramento", ainda que não explícito, pela cidade.

O que não tenho encontrado muito por aqui é Fernando Pessoa... está a vida, está o elemento: a tua amada água, falta... o poeta...