domingo, 16 de novembro de 2008

Reflexão

(preto no branco, Sara Faro)

22

"Mas depois que de todo se fartou,
O pó que tem no mar a si recolhe,
E pelo céu chovendo enfim voou,
Por que co a água a jacente água molhe:
Às ondas torna as ondas que tomou,
Mas o sabor do sal lhe tira e tolhe.
Vejam agora os sábios na escritura,
Que segredos são estes de Natura.

23

"Se os antigos filósofos, que andaram
Tantas terras, por ver segredos delas,
As maravilhas que eu passei, passaram,
A tão diversos ventos dando as velas,
Que grandes escrituras que deixaram!
Que influição de signos e de estrelas!
Que estranhezas, que grandes qualidades!
E tudo sem mentir, puras verdades.
(Camões, Luís. Os Lusíadas, Canto V: Fogo de Santelmo e Tromba Marítima)


Foi um blogue curto. Pelo menos mais curto do que pretendia inicialmente. Dou este “Post” como último, e finalizador do blogue, visto que o trabalho está no âmbito de uma disciplina escolar, possui um início e um fim. Esse fim aproxima-se e tenho que fazer uma pequena (coisa que acabo sempre por não cumprir) reflexão sobre este meu trabalho.

Ao longo de todo este trabalho procurei escrever e relacionar diversos textos d’Os Lusíadas (e outros) com este elemento tão simples e ao mesmo tempo tão essencial para a nossa existência.

Iniciei o trabalho com uma pesquisa sobre os símbolos que podemos conectar com a água. Com as ondas ondeando fui prosseguindo os meus textos, que insistentemente acompanhei com fotografias, pois não seria eu um aluno de artes se não considerasse a imagem um elemento importante.

Já o afirmava, mas agora, após pensar um pouco, concluo que metade da minha alma é feita de maresia, e que sem ela nunca conseguiria viver. Viver no verdadeiro sentido da palavra. Não limitar-me a respirar e passear pelo meio deste enorme conjunto de prédios que esconde o verde dos montes e o azul do mar.

Voltei a ler o meu texto sobre o mostrengo. Peço desculpa se de alguma forma ofendi alguém. Julgo apenas ter mostrado a minha perspectiva. Contudo queria reforçar a minha ideia de pedir desculpa, pois mostrengos somos todos nós, quando observados pelo desconhecido.

Sintra foi um encanto. Sintra é, e sempre será um encanto. Com todas as suas características. Mesmo com a sua humidade que uns repelem mas que tanto me atrai.

Um blogue que é um pouco de nada, que pode vir a ser tudo. Para mim escrever este blogue e iniciar-me realmente no mundo da literatura foi importante. Uns quantos gatafunhos de palavras que me fizeram pensar e assim mostrar o meu lado aquático, que nem eu conhecia. Julgo mesmo não o conhecer verdadeiramente, e é por essa mesma razão que considero que estes textos são nada, que dão início a um todo.

Guardo assim no meu búzio, a ideia de vir a prosseguir com os meus textos e as minhas pequenas reflexões.

Peço que continuem a existir aqueles que são considerados velhos do Restelo, para que os novos prossigam e reforcem as suas ideias progressistas.

Já Camões dizia: “Que grandes escrituras que deixaram”, todos aqueles que sobre água escreveram. Eu fui mais um. Mais um que se limitou a falar da sua água. Não me comparo a nenhum daqueles grandes que sobre a água reflectiram, mas sim um ser humano que dá inicio à sua existência.

Muito ainda ficou por escrever, mas eu tornarei às ondas que tomei, tal como Camões: “Às ondas torna as ondas que tomou,”

Acho que a mim me resta apenas agradecer.

Tromba Marítima

(tromba d'água, Lester Kuhn)

De forma a entender um pouco melhor este fenómeno que se sucedeu durante a viagem de Vasco da Gama e de toda a sua tripulação até ao Oriente decidi recorrer a alguns dicionários. De seguida transcrevi alguns excertos, para que também os meus possíveis leitores possam perceber melhor este episódio d’Os Lusíadas, de Luís de Camões.

“Fenómeno meteorológico que consiste na formação de grande quantidade de vapor de água, em nuvens espessas que se movem, formando um cone cuja base é voltada para o alto;”
(HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Francisco Manoel de Mello. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Temas e Debates: Lisboa, 2003)

“Turbilhão de vento cuja presença se manifesta por uma coluna nebulosa ou cone nebuloso invertido em forma de funil, que emerge da base de um cumulonimbo, e por um tufo constituído por gotículas de água levantadas da superfície do mar. Tem dimensões menores que um tornado. Estes turbilhões, embora pareçam absorver água do mar, o certo é que são constituídos por água doce resultante da condensação do vapor de água do mar. Formam-se sobre as águas oceânicas quentes das regiões tropicais e subtropicais nas proximidades das costas.”
(COLAÇO, Jorge et al. A Enciclopédia. Madrid: Verbo, 2004)

Estava-se co as ondas ondeando

(waves, Joana Correia)
18

"Vi, claramente visto, o lume vivo
Que a marítima gente tem por santo
Em tempo de tormenta e vento esquivo,
De tempestade escura e triste pranto.
Não menos foi a todos excessivo
Milagre, e coisa certo de alto espanto,
Ver as nuvens do mar com largo cano
Sorver as altas águas do Oceano.

19

"Eu o vi certamente (e não presumo
Que a vista me enganava) levantar-se
No ar um vaporzinho e subtil fumo,
E, do vento trazido, rodear-se:
Daqui levado um cano ao pólo sumo
Se via, tão delgado, que enxergar-se
Dos olhos facilmente não podia:
Da matéria das nuvens parecia.

20

"Ia-se pouco e pouco acrescentando
E mais que um largo masto se engrossava;
Aqui se estreita, aqui se alarga, quando
Os golpes grandes de água em si chupava;
Estava-se coas ondas ondeando:
Em cima dele uma nuvem se espessava,
Fazendo-se maior, mais carregada
Co'o cargo grande d'água em si tomada.

21

"Qual roxa sanguessuga se veria
Nos beiços da alimária (que imprudente,
Bebendo a recolheu na fonte fria)
Fartar co'o sangue alheio a sede ardente;
Chupando mais e mais se engrossa e cria,
Ali se enche e se alarga grandemente:
Tal a grande coluna, enchendo, aumenta
A si, e a nuvem negra que sustenta.

(Camões, Luís. Os Lusíadas, Canto V: Fogo de Santelmo e Tromba Marítima)

O Búzio

(fonte no Portal dos Guardiães)

O búzio é aquele pedaço de mar que todos levam para terra. Todos querem recordar aquele dia na praia, ou aquelas férias de verão passadas em qualquer estância balnear. Uma antiga habitação para um ser marinho que nomadamente teima em transportar consigo o seu bem mais precioso.

Recordo aqueles fins de tarde à procura, juntamente com as minhas irmãs, dos melhores e mais belos búzios. De todos eles, lembro-me dos búzios da sorte. Corria um mito na nossa família que os mais raros eram aqueles que possuíam a asa para o lado direito. Mas porque queríamos nós aqueles búzios todos? Julgo apenas ser um entretenimento de forma a passar mais rápido aquelas tardes calorentas. Hoje em dia são eles que preenchem quase por completo a chaminé da casa.

Agora vocês, os meus eventuais leitores, perguntam: Mas porquê escrever sobre búzios?

Pois bem, escrevo sobre búzios por não ter outra coisa para escrever. Eu passo a explicar:

Durante a minha visita guia á Quinta da Regaleira, visita esta que foi organizada com o objectivo de nos ajudar no trabalho sobre um dos quatro elementos (que no meu caso é agua, como qualquer pessoa pode adivinhar), um dos poucos elementos que me chamou à atenção foi o búzio. Elemento que aparece representado com regularidade nos trabalhos escultóricos da quinta.

Na esperança de encontrar o simbolismo deste elemento comecei a ler alguns textos escritos sobre esta quinta. Nada encontrei sobre o búzio. Contudo encontrei o seguinte excerto escrito por Vitor Manuel Adrião que me interessou:

“(…)Isso leva-me a aventar a hipótese do espaço da Regaleira (cuja planta é pentagonal) estar dividido em 5 etapas iniciáticas, de maneira a perfazer o Pentalfa Luminoso ou Tetragramaton, como seja:
(…)

1.ª Prova (Terra) = Entrada e saída nas duas Torres subterrâneas, «velha» e «nova», designando a «morte do homem velho» e o «nascimento do homem novo»;

2.ª Prova (Água) = Saída das trevas cavernosas e travessia do lago dos cisnes por cima de quinze pedras serpenteantes;

3.ª Prova (Fogo) = Reflexão na casa ou “câmara egípcia”, a que tem a ave íbis retractada, símbolo de iniciação e renascimento, nas cercanias da estátua do leão e “encravada” entre três bancos formando triangulação os quais designam os três “espíritos alquímicos”: Sal – Mercúrio – Enxofre;

4.ª Prova (Ar) = Subida ao cume da Torre de Melusina, a Real ou da Regaleira, subida essa que se deve achar, pois a dado momento interrompe a ascensão;

5.ª Prova (Éter) = Recepção do Iniciado na Capela do Espírito Santo e investidura na Cripta da mesma;”

Assim a água nesta quinta é símbolo da segunda etapa de uma eventual fase iniciática, simbolizando, tal como na religião cristã, o baptismo e o nascimento: sendo que desta feita, um nascimento psicológico e não físico.

Julgo que isto ou não me terá sido explicado da melhor forma durante a visita, ou que por tão ocupado a tirar fotografias estava não ouvi.

Por essa mesma razão não consigo reflectir mais sobre o simbolismo da maresia na Quinta da Regaleira, e que por essa mesma razão prometo (a mim mesmo) voltar a este local com o objectivo de saber mais sobre todo o seu simbolismo mítico.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

A humidade de Sintra

(Os românticos jardins da Quinta da Regaleira)

Iniciei o dia 11 de Novembro por volta das seis e meia. Após a rotina normal saí de casa pronto a apanhar o comboio em direcção a Sintra. A meio encontrei-me com a Márcia. O dia estava agradável em Lisboa, mas qual não é o meu espanto quando vejo aquele tão habitual microclima, característica da serra de Sintra.

Já fora do comboio dirigimo-nos para a Piriquita, a famosa confeitaria dos especiais travesseiros e queijadas. Já de pequeno-almoço tomado encontramo-nos com o resto do grupo, que me iria acompanhar ao longo do todo aquele dia.

O tempo estava húmido, o que obrigava ao constante aconchegamento entre as pessoas. Iniciámos a visita de estudo com uma pequena confusão com as bilheteiras da quinta da Regaleira. Mas facilmente a turma se demonstrou unida e facilmente se resolveu o assunto.
Como guia foi-nos atribuida uma senhora, que sem qualquer tipo de emoção ou expressão falava sobre todo o simbolismo da quinta.

Devo confessar que passear no meio de todos aqueles jardins, de todos aqueles lagos e até grutas artificiais foi algo que recordo com alguma alegria e que me faz lembrar momentos de tranquilidade. É óptimo por vezes, no meio de toda uma semana trabalhosa e cansativa de aulas, poder ter um dia em que ao mesmo tempo que encaramos vários momentos de cultura, também podemos respirar ar puro, a humidade de Sintra, passear no meio daquela confusão de árvores, poder cantar e ouvir nem que ninguém nos oiça no meio da serra ou até poder “ouvir o silencio” como alguns dizem. Devo dar os parabéns a quem organizou e nos proporcionou esta visita, não só por uma questão escolar, mas também fazer com que se criem laços entre os alunos e até entre alunos e professores. Algo que eu sinto falta nesta minha turma.

Durante a visita fui ouvindo com muita atenção todos aqueles textos decorados pela guia e fui tentando interpretar algumas coisas que me interessassem para o meu trabalho sobre a água. Confesso que foram poucas as intervenções sobre a água feitas pela guia que consegui prestar atenção. Contudo pude perceber que na quinta da Regaleira a água é encarada como símbolo do renascimento. Um poço onde morremos fisicamente no topo, que depois de toda uma psicanálise (e uma longa descida em caracol no poço iniciático) passamos por uma gruta escura para depois encontrarmos a luz e a água como símbolo do renascimento psicológico.

Já no palácio a água surge através de conchas, búzios, peixes, cordas e até bóias esculpidas em pedra, como em dois frescos pintados por dentro do palácio nobre, que me fizeram lembrar episódios d'Os lusíadas.

Incrível como a humidade de Sintra pode transformar a atitude das pessoas. Pessoas que vejo regularmente na escola com uma atitude negativa, durante o dia passado em Sintra transformaram-se em pessoas sociáveis, agradáveis e até faladoras, deixando de lado toda uma atitude competitiva que regularmente possuem.
A fase seguinte, após toda uma subida pela serra, foi passada no palácio da Pena. Um palácio que pode parecer por vezes um pouco fantasiado, ou até mesmo retirado de um conto de fadas. Durante a visita do interior do palácio tive como guia a professora Luísa Mendes, que por ser grande conhecedora e apreciadora da maior parte do recheio de todo o palácio conseguiu captar por completo a minha atenção. Confesso que aprendi bastante, tendo apenas como problema nesta parte da visita o facto de não poder fotografar.

A descida, já realizada durante a noite, foi mais rápida, pois tivemos a sorte de apanhar boleia de um senhor francês. Chegado novamente à vila de Sintra dirigimo-nos para o local onde começou esta visita. Não podíamos deixar de voltar para Lisboa sem um pacote das deliciosas queijadas de Sintra.

Visita relatada só tenho a realçar o facto de ter sido bastante do meu agrado e também pedir para que sejam organizadas visitas semelhantes. Gostava também que todos os professores fossem comunicados de todo o ambiente que se viveu durante a visida, para que não sejam apenas falados os defeitos do 12ºA.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Sintra, 11 de Novembro de 2008

(fonte da ambundância)
(fonte no terraço das quimeras)
(palácio da Regaleira)
(Patamar dos deuses)

Deixo aqui algumas fotografias tiradas no dia 11 de Novembro. Um dia agradável passado pela serra de Sintra. Desta forma as fotografias poderão ser utilizadas por outros alunos, ou apenas para que se possa ver um pouco daquilo que é relatado na mensagem seguinte.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

O Mostrengo


(Ilha Terceira, Açores)

O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;
À roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,
E disse: «Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tectos negros do fim do mundo?»
E o homem do leme disse, tremendo:
«El-Rei D. João Segundo!»

«De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?»
Disse o mostrengo, e rodou três vezes,
Três vezes rodou imundo e grosso,
«Quem vem poder o que só eu posso,
Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo?»
E o homem do leme tremeu, e disse:

«El-Rei D. João Segundo!»
Três vezes do leme as mãos ergueu,
Três vezes ao leme as reprendeu,
E disse no fim de tremer três vezes:
«Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um Povo que quer o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!»
(O Mostrengo de Fernando Pessoa)

Mas quem será o Mostrengo de quem muito falam? Quem é essa figura “de disforme e grandíssima estatura (…) rosto carregado, a barba esquálida, olhos encovados e a postura medonha e má” que guarda o cabo por onde queremos passar?

Confesso que não me interesso muito pela política, nem pelas suas novidades e/ou escândalos. Contudo não posso deixar de reparar nas manifestações e em alguns acontecimentos que se vão passando no meu contexto social. Facilmente me apercebo que muito está em mudança, e até drástica mudança, dizem os mais extremistas. Vejo-o com frequência algumas dessas mudanças escandalosas no meu local de trabalho.

Se fizesse uma pergunta deste género a alguém do meu mar social, rapidamente surgiria o nome da Excelentíssima Ministra da Educação. Tal como já referi anteriormente não costumo acompanhar a politica com a melhor das atenções, mas reconheço alguns dos seus feitos, algumas das suas mudanças. Não serão velhos do Restelo todos aqueles que mal falam da política deste mostrengo?

Não será apenas este mostrengo possuidor de uma “postura medonha e má”, tal como acontece n’Os Lusíadas?

Algo que todos tememos e referimos como culpado de tudo, mas que no fim, após três vezes (três anos de mandato) vamos querer que volte, pois o futuro mostrengo é que é mesmo feio?
Um mostrengo que aparenta ser medonho e horrendo, mas que por de trás está um ser normal, com sentimentos, que apenas guarda o seu cabo da boa esperança.
Não me costumo queixar dos feitos daqueles que possuem a “glória de mandar”, pois acho que se algo está errado, se algo poderia estar melhor, então todos temos culpa. Somos um só mar culpado por uma onda, tal como somos um mar apreciado devido a uma só onda.
Somos uma sociedade culpada dos feitos de um indivíduo, tal como somos uma sociedade glorificada pelos feitos realizadas por um indivíduo.

Não gostamos de nos gabar de todas as descobertas dos tempos de “El-Rei D. João Segundo”? Então também deveríamos tentar entender (não falo em gabar) as descobertas desta nau, que é o governo que por nós foi eleito.

E tu, Tágide minha

(Terceira, Açores)


E vós, Tágides minhas, pois criado
Tendes em mim um novo engenho ardente,
Se sempre em verso humilde celebrado
Foi de mim vosso rio alegremente,
Dai-me agora um som alto e sublimado,
Um estilo grandíloquo e corrente,
Porque de vossas águas, Febo ordene
Que não tenham inveja às de Hipoerene.



E tu, Tágide minha. Por que me fazes sorrir como quem sorri para o pôr-do-sol a esconder-se no mar longínquo? Por que gosto de te querer, como quem gosta de beber um copo de água para saciar a sua sede?

Tal como iniciei este blogue, não escrevo para ti. Não escrevo para ninguém. Mas é meu dever (meu gosto) informar que escrevo muitas vezes a pensar que bebes da minha literatura.

Poderá o amor eterno da água pela terra ser comparado com o amor eterno de Inês e Pedro?

Considero que sim. Só por essa razão poderei eu considerar possível que estes se mantenham constantemente juntos. Constantemente em guerras por praias. Constantemente em carícias ondulantes sobre a areia fina e branca. Constantemente a amarem-se sem que nada os altere, sem que nada interfira no seu amor (nem mesmo a reposição de areias, embora alguns o afirmem).

“Foi de mim vosso rio alegremente” depositar toda a minha estabilidade. Toda a minha alegria. Toda a minha existência.

Poderá o meu amor por ti ser considerado semelhante ao amor referido por Camões?

Não vejo por que não. Amor pelas descobertas, amor pela água. Amor pelas viagens eternas sem fim avistado. Amor eterno que todos desejamos, mas que não alcançamos, mas sim fingimos. Amor de Camões. Amor por ti.

Amor por ti...

Reposição de Areia nas praias da Costa da Caparica

(praia do CDS, Costa da Caparica)

“O reforço do cordão dunar nas praias do Norte, na Costa de Caparica, vai decorrer ininterruptamente durante pelo menos mais dois meses, adiantou o presidente do Instituto da Água (Inag), Orlando Borges.

Esta é uma medida de emergência para evitar que o mar galgue as dunas e atinja o parque de campismo do Inatel e os vários apoios de praia daquela zona (…)”

- Oh não, mais uma vez não. Por amor de Deus, mais uma vez não.

Foi uma reacção deste género que tive após ler um início de um artigo semelhante a este. Em tempos, já tinha acontecido, também na costa da Caparica, uma acção de protecção das praias e dos seus apoios. Contudo eu, ao contrário de muitos daqueles que possuem a “glória de mandar”, considero-me opositor de medidas deste género. Medidas que remedeiam determinas acções “mal amadas”.
Há quem considere a minha posição egoísta e conservadora e até, quem sabe, semelhante ao velho do Restelo. Posso considerar-me egoísta e até que posso estar a tomar uma posição que vai contra muita gente e muitos interesses públicos, contudo acho que devo defender a minha opinião tal como todos aqueles que defendem a reposição de areia nas praias, meneando três vezes a cabeça.

Em 2007, precisamente no fim do verão, tive o prazer de desfrutar de um Setembro com umas óptimas praias cobertas de areia até aos pontões (não será um exagerado perguntei eu??). Pois rapidamente me apercebi que não. Aqueles enormes montes de areia que me dificultam a “entrada” no mar (devido ao facto de se formar um gigante degrau de areia após as primeiras ondas) rapidamente sumiram, devido à “vã cobiça” de todas aqueles que têm a “glória de mandar”! Será que não seria mais inteligente da parte de todos aqueles engenheiros e políticos que adoram a costa com areia até acima, se estes proibissem determinadas construções e obras junto da praia? Mas não, preferem continuar a construir, e a contruir junto das praias, porque isso dá bastante lucro, em vez de limitarem o espaço envolvente das praias a espaços publicos e com poucas construções. Bem sei que nem todos têm capacidades económicas, e que por essas razões são obrigados a habitar em casas de panos, com estacas e prumos, contudo, no meu (ingénuo e ignorante, só de experiências feito) saber, esses enormes e apinhados parques de campismo poderiam deslocar-se para longe das zonas consideradas de perigo durante as marés vivas, não?

Tudo perguntas às quais nunca vou obter uma resposta…

Apenas gostava de saber se eu, como praticante de uma modalidade que envolve sobretudo o mar, poderei desfrutar da água, como me é merecido. Já não falando de todos aqueles senhores com umas botas de cano alto e com uns tractores que andam a chatear-me pelas praias durante o único dia, durante a semana que me encontro na costa.
E que por devido àquele excesso de areia que é colocado, e que por “fraudulento gosto” transforma as maravilhosas ondas em coisas insurfáveis. “Que crueldades neles(as) experimentas”. Que crueldade se faz às ondas. Porquê alterar o que é natural e manter o que é artificial? Porquê transformar as praias em nossa propriedade? Não seria melhor se nos corrigíssemos a nós em vez de corrigirmos constantemente o MAR??

“Que castigo tamanho e que justiça” que é feita. Adorava poder desfrutar das ondas, da frescura do mar, do sal da água, que me banha o corpo após toda aquela desastrosa semana e que, milagrosamente, me transforma num ser humano tão feliz que me sinto preparado para voltar á capital.

Meneio três vezes a cabeça, e menearei todas as vezes que voltarem a considerar a reposição de areias na costa da Caparica a solução. Tal como já disse anteriormente não me sinto capaz, “C'um saber só de experiências feito”, de encontrar a solução viável, contudo acho que devo manifestar, tal como o velho do Restelo o fez. Não sei se será esta uma novidade à qual, tal como o velho, me oponho…. Ficarei á espera de uma resposta.

94
"Mas um velho d'aspeito venerando,
Que ficava nas praias, entre a gente,
Postos em nós os olhos, meneando
Três vezes a cabeça, descontente,
A voz pesada um pouco alevantando,
Que nós no mar ouvimos claramente,
C'um saber só de experiências feito,
Tais palavras tirou do experto peito:

95
- "Ó glória de mandar! Ó vã cobiça
Desta vaidade, a quem chamamos Fama!
Ó fraudulento gosto, que se atiça
C'uma aura popular, que honra se chama!
Que castigo tamanho e que justiça
Fazes no peito vão que muito te ama!
Que mortes, que perigos, que tormentas,
Que crueldades neles experimentas!

Pequenos desabafos que tento transmitir recorrendo a'Os Lusíadas

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Comemorações do Dia Nacional do Mar



No próximo dia 16 de Novembro comemora-se em toda a “ocidental praia lusitana” o Dia nacional do Mar. Um dia que dedicamos a toda esta maresia, a este cheiro, as todas estas ondas, a tudo aquilo que banha este pais.
Foi neste dia, mas em 1994, que entrou em vigor a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar. Foi assim então, neste dia, que Portugal assumiu a responsabilidade pela maior área marítima de toda a União Europeia, cerca de dezoito vezes maior do que o território nacional.

Este ano irão ser realizadas diversas actividades quer a nível nacional, quer a nível local, com diversas exposições, visitas a navios, concertos, com interesse cultural, desportivo e científico. Estas actividades envolvem vários ministérios e outras entidades públicas e privadas ligadas ao mar.

Para saber mais informações de todas as actividades consulte o seguinte site:
www.turismodeportugal.pt/SiteCollectionDocuments/Novidades/Programa_Dia_Nacional_do_Mar.pdf

Um exemplo de comemoração deste dia e que se relaciona com Os Lusiadas, de Camões, irá realizar-se no Oceanário de Lisboa. Dia 16 de Novembro pais e filhos poderão desfrutar gratuitamente do programa denominado de Por mares nunca navegados. Este iniciativa tem como principal objectivo promover o conhecimento dos oceanos e sensibilizar para a necessidade de conservação de toda a natureza.

O atelier Por mares nunca navegados alia a ciência à literatura através de uma interpretação única e invulgar de Os Lusíadas. Através da obra de Luís Vaz de Camões são dados a conhecer os diferentes ecossistemas e fenómenos naturais, e revividos os Descobrimentos portugueses, numa viagem com paragens ao longo da costa africana até chegar à Índia.

Saiba mais em: www.oceanario.pt/site/ol_evento_01.asp?oceanario=1&socio=0&eventoid=107

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Excertos d'Os Lusíadas


(ilha Terceira, Açores, uma das muitas ilhas descobertas por este povo)

1
Que da ocidental praia Lusitana,
(…)
Por mares nunca de antes navegados

4
E vós, Tágides minhas, pois criado
(…)
Porque de vossas águas, Febo ordene

19
Já no largo Oceano navegavam,
As inquietas ondas apartando;
Os ventos brandamente respiravam,
Das naus as velas côncavas inchando;
Da branca escuma os mares se mostravam
Cobertos, onde as proas vão cortando
As marítimas águas consagradas,
Que do gado de Próteo são cortadas

31
Pelo mar alto, a qual sujeitaria
Da índia tudo quanto Dóris banha,
(...)

32
De quantos bebem a água de Parnaso.
(…)
D'água do esquecimento, se lá chegam
Os fortes Portugueses, que navegam.

43
O promontório Prasso já passavam,
Na costa de Etiópia, nome antigo,
Quando o mar descobrindo lhe mostrava
Novas ilhas, que em torno cerca e lava.
(...)

45
Cortando o longo mar com larga vela.
A gente se alvoroça, e de alegria
Não sabe mais que olhar a causa dela.
Que gente será esta, em si diziam,
Que costumes, que Lei, que Rei teriam?
(...)

48
Co'os panos e co'os braços acenavam
As gentes Lusitanas, que esperassem;
Mas já as proas ligeiras se inclinavam
Para que junto às ilhas amainassem.
A ,ente e marinheiros trabalhavam,
Como se aqui os trabalhos se acabassem;
Tomam velas; amaina-se a verga alta;
Da âncora, o mar ferido, em cima salta.

51
"Do mar temos corrido e navegado
Toda a parte do Antártico e Calisto,
Toda a costa Africana rodeado,
Diversos céus e terras temos visto;
Dum Rei potente somos, tão amado,
Tão querido de todos, e benquisto,
Que não no largo mar, com leda fronte,
Mas no lago entraremos de Aqueronte.

52
Por ele, o mar remoto navegamos,
Que só dos feios focas se navega.
(...)

55
Guiados pelas ondas sabiamente.
Também será bem feito que tenhais
Da terra algum refresco, e que o Regente
Que esta terra governa, que vos veja,
E do mais necessário vos proveja."
(...)

106
No mar tanta tormenta, e tanto dano,
Tantas vezes a morte apercebida!
Na terra tanta guerra, tanto engano,
Tanta necessidade avorrecida!
(...)

Canto II
19
Convoca as alvas filhas de Nereu,
Com toda a mais cerúlea companhia,
Que, porque no salgado mar nasceu,
Das águas o poder lhe obedecia.
E propondo-lhe a causa a que desceu,
Com todas juntamente se partia,
Para estorvar que a armada não chegasse

20
Já na água erguendo vão, com grande pressa,
Com as argênteas caudas branca escuma;
Cloto eo'o peito corta e atravessa
Com mais furor o mar do que costuma.
Salta Nise, Nerine se arremessa
Por cima da água crespa, em força suma.
Abrem caminho as ondas encurvadas
De temor das Nereidas apressadas.

Durante a famosa e longa epopeia de Luís Vaz de Camões, são diversas as vezes e até as formas que este refere a água. Mar, ondas, tágides, rio, lágrimas... Ficam aqui algumas dessas referências a este elemento essencial.

domingo, 26 de outubro de 2008

sábado, 25 de outubro de 2008

Não consegui deixar de o trancrever

(reposição de areia, Costa da Caparica)

António, Oh Novo e Tenro Ramo
Vós, Tenro e novo ramo florescente
De uma árvore de Cristo mais amada
Que nenhuma nascida no Ocidente,
Cesária ou Cristianíssima chamada;
Vede-o no vosso escudo, que presente
Na qual vos de por armas, e deixou
As que ELE para si na Cruz tomou.



Folheio as páginas longas e duradouras, "d’O livro". Continuo com frio, a tarde está gelada na esplanada do London Square, na praça.
Enquanto espero por Ela vou alternando o meu olhar. Tanto me preocupo com as folhas das árvores a cair, como me relembro d'Os Lusíadas. Preciso de encontrar um verso que me chame a atenção e que me cative o suficiente para poder escrever um texto que pelo menos aparente soar tão bem quanto soou o da “stora”.
Já farto de esperar por Ela, decidi fazer os trabalhos de casa de geometria. Mas não. Parecia impossível concentrar-me nos exercícios confusos e complexos de geometria. Linhas, rectas, planos, tudo menos aquilo em que me apetecia pensar.
Decidi então encarar o livro de português. Preciso de encontrar um verso que aparente semelhanças com o meu carácter.
Reflectindo, e fazendo a minha psicanálise encontro a arquitectura, a vida citadina, a praia o surf. Tudo gostos pessoais que em nada de assemelham com os gostos de Camões.
Já entranhando o meu ser, sou acordado por Ela. Sempre com aquele sorriso contagiador, que embora não quisesse, me fez também sorrir, mesmo estando ali ao frio à espera há mais de uma hora.
À espera de uma palavra que justificasse o seu atraso, sou surpreendido com uma pergunta:
- Então e a Sofia? Já sabem se é menino ou menina?
Uma sensação vinda de dentro de mim, como quem descobriu a cura para a Sida ou para algo importante, não respondo, apenas mostro um sorriso rasgado. Perguntou:
- Por que ris, Afonso? A tua irmã não ia fazer a ecografia hoje?
Como era possível que estivesse ali há quase uma hora a ver as folhas castanhas caírem e não me tivesse lembrado daquilo que mais alegria me dava no momento?!
Vou ser tio, e já falta pouco. Decidi então pegar novamente no meu livro. Folheando de trás para a frente, como quem procura um tesouro escondido, enquanto explicava a minha situação e preocupação do momento.
E lá estava um verso que em tudo se igualava àquilo que pretendia escrever. Ia falar de António. O primeiro de uma geração ainda a florescer. Já algumas folhas caíram desta árvore, mas felizmente existem outras que estão para nascer, um novo e tenro ramo.
Uma família, que tal como as árvores não perdem os seus veios, não esquece as suas profundas raízes.
Confesso que preferia ser homenageado com o facto de ter um sobrinho com o meu nome, mas António foi em tudo um dos pais desta árvore. Um membro possuidor de sabedoria, franqueza e simpatia. A mim apenas me resta esperar que um dia seja relembrado como um ramo forte e duradouro, que mesmo seco seja importante para que nada caia.
Por vezes penso e comparo a minha família à “família” d’Os Lusíadas. Todos os heróis, todas as marés, todas as viagens se igualam à minha árvore. Será a minha família uma família tipicamente lusitana? Sei que não. Sei pois que pertenço a uma árvore que em tempos fora enxertada. Junção de uma araucária, de um jacarandá, resultou num esbelto e grande sobreiro.
Um ramo florescente está a caminho, um novo ser, que ao nascer, mesmo antes de falar, chamará tanto à atenção de toda esta família, como uma luz verde florescente chama numa discoteca escura e frígida. Uns dizem que terá jeito para futebol, outros rezam para que seja apenas saudável. Eu, mesmo sabendo que ainda faltam uns anos até que isso possa ser possível, acredito que irá ser surfista, e que um dia irá percorrer todo o percurso nacional de surf, é claro, sem nunca desiludir o tio. Actualmente sei que irá ser um novo ramo, de uma árvore tão amada.
Não me considero membro da melhor família do ocidente, nem apenas mais uma. Considero-me membro de uma excelente família, que por mares nunca dantes navegados passaram para além da felicidade.
Um brasão seguro por um dragão, vejo cada vez que encaro a sala da minha avó. Será o dragão representativo da nossa força? Ou será apenas símbolo do Porto? Terra da qual nasceram alguns troncos desta árvore…
Todos aguardamos no Porto, quase que desesperadamente (diria eu ao ver a postura de alguns), a chegada das novas naus, que cheias de novas alegrias guardadas nos porões, não reconhecem a importância que lhes concebemos. Apenas lhes peço que prossigam com a cruz, e com todas as armas mantenham esta árvore grandiosa e famosa de todas as suas vitórias.
Rezo então a Cristo que este seja apenas só o início de uma grandiosa Primavera que muito terá para florescer.

Afonso Botelho Santos, 12º A

Confesso que não resisti em colocar este texto, também ele escrito por mim, no blogue sobre a água. Admito que em pouco se relaciona com este elemento terrestre, mas por que não beber um pouco de outras temáticas?
Escrevi este texto no âmbito da disciplina de português, baseando-me no primeiro verso da estrofe em cima transcrita, d'Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões. O que se propunha era a realização de uma crónica em que, tal como já referi, me baseio num verso da mais famosa epopeia portuguesa, sendo que alargo isso a outra temática. Falo da minha família que tanto me orgulho de beber da sua diferenciação.
Obrigado, pelo apoio tanto da familia como dos amigos.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Porquê a Água?


Após me fazer a mim mesmo a pergunta “Qual dos quatro elementos irei eu escolher?”, caí em mim e achei-me patético. É lógico que irei trabalhar sobre a água. O elemento que para além de ser essencial para a vida terrestre, é metade da minha alma. Não o digo apenas porque ocupo uma parte dos meus fins-de-semana a surfar, mas sim pelo amor que tenho pelo mar, mas também por todos os sentimentos que tenho pela água. Água em forma de onda, em forma de ria, em forma de lágrima, em forma de comida, em forma de sentimento, em qualquer forma desde que a sinta, e SINTO. Este elemento não só me é essencial mas também é parte de mim (mais precisamente entre 70 a 75%).

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Metade da minha alma é feita de Maresia

(farol do bugio, Paulo Rafa)

Mar, metade da minha alma é feita de maresia
Pois é pela mesma inquietação e nostalgia,
Que há no vasto clamor da maré cheia,
Que nunca nenhum bem me satisfez.
E é porque as tuas ondas desfeitas pela areia
Mais fortes se levantam outra vez,
Que após cada queda caminho para a vida,
Por uma nova ilusão entontecida.

E se vou dizendo aos astros o meu mal
É porque também tu revoltado e teatral
Fazes soar a tua dor pelas alturas.
E se antes de tudo odeio e fujo
O que é impuro, profano e sujo,
É só porque as tuas ondas são puras.


(Sophia de Mello Breyner Andresen)

Simbolos e Significados


(pontão da praia do Barbas, Costa da Caparica)
ÁGUA
“As significações simbólicas da água podem reduzir-se a três temas dominantes: fonte da vida, meio de purificação, centro de degenerescência. Estes três temas encontram-se nas tradições mais antigas e formam as combinações imaginárias mais disparas, ao mesmo tempo que mais coerentes.
As águas, massa indiferenciada, representam a infinidade dos possíveis, contém todo o virtual, o informal, o germe dos germes, todas as promessas de desenvolvimento, mas também todas as ameaças de reabsorção. Mergulhar nas águas, para delas emergir sem se dissolver totalmente, salvo por uma morte simbólica, é regressar ás fontes, reabastecer-se num imenso reservatório de energia e dele beber uma força nova: fase passageira de regressão e de desintegração, condicionando uma fase progressiva de reiteração e de revivescência (…)”
(retirado do livro do livro de simbologia (finalizar))

Início este blog com um pequeno excerto sobre a longa simbologia do elemento água.
Como julgo ser importante estabelecer o básico sobre este bem essencial decidi consultar também um comum dicionário de Língua Portuguesa:

“água – substância (H2O) liquida e incolor, insípida e inodora, essencial para a vida da maior parte dos organismos vivos e excelente solvente para muitas outras substâncias; óxido de hidrogénio. HIDROL a parte líquida que cobre aproximadamente 70% da superfície terrestre, sob a forma de mares, lagos e rios. Líquido que corre das árvores quando feridas ou queimadas. Sumo ou suco de certos frutos. Qualquer secreção orgânica aquosa, como suor, saliva, lágrimas, humor, urina, etc. (…)”
(HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Francisco Manoel de Mello. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Temas e Debates: Lisboa, 2003)

Não escrevo o texto completo, visto que assim ocuparia muito espaço neste espaço que ainda agora nasceu, contudo penso que estes dois excertos são suficientes para esclarecer por completo (ou quase) o significado e simbolismo de água.