domingo, 31 de maio de 2009

Obrigatório



ATENÇÃO: é obrigatório ouvir a música ao mesmo tempo que se lê os textos.

sábado, 30 de maio de 2009

O início de muita coisa

(smells like goodbye, affonso, márcia e inês)


O início de muita coisa. Apenas o inicio. É o que chamo ao blogue. O meu primeiro blogue. A descoberta da literatura. A descoberta da poesia, dos romances, das histórias e até das estórias. Foi apenas o início. Não pretendo dar por terminado este trabalho, a que chamo de vida. Porque mais do que um simples trabalho de português, este blogue também foi o “meu querido diário”, onde desabafei, escrevi, pensei e até citei.

Uma manifestação de alegria, ou de tristeza, de cansaço ou de vontade por querer mais. Este foi e será para sempre o meu primeiro trabalho no mundo da internet.

Passei pelo Pessoa (e todos os seus acompanhantes), pelo Stau Monteiro, Sophia de Mello Breyner Andresen, Camões, até chegar a Saramago. Foi para mim uma crescente vontade de ler e escrever mais. Uma vontade aguda de me expandir e mostrar ao mundo um pouco daquilo que sou.

Lembro-me da primeira vez que escrevi para português neste ano lectivo. Falei sobre o meu sobrinho comparando com “Vós, Tenro e novo ramo florescente”. Hoje já tenho mais de sessenta e sete posts escritos. Uns melhores outros piores, mas todos com a mesma vontade e empenho. Uma paixão que foi crescendo de forma inconsciente que pretendo que não morra aqui, após acabarem as aulas. Pretendo continuar a escrever e a escrever, sempre sem saber porque escrevo. Mesmo que saiba que assim me liberto apenas com o simples gesto de carregar nas teclas que barulhentas do teclado.

Gostaria apenas, para terminar de agradecer a todos aqueles que me leram, à minha professora, Risoleta Pedro, que me incentivou a escrever cada vez mais e melhor e um óptimo final de ano (lectivo está claro).

Muito Obrigado,

Afonso Botelho Santos

ps: infelizmente este post dá como acabado o trabalho de português do meu 12º ano de ensino secundário. O que significa que estou a terminar agora a escola. O fim de uma fase feliz. Doze anos a estudar. Doze anos feliz ou contente, mas sempre a aprender. Mas mais importante foram estes últimos três. Onde aprendi mais e mais. vivi novas experiencias. Cresci por fora e interiormente. Três maravilhosos anos. "Um projecto (...)acabado"! Não um adeus, mas um até amanha, pois em nós vive a arte.

domingo, 24 de maio de 2009

Uma multidão com necessidade de Gritar


(Imagem do dia da confusão)

É bastante visível a necessidade que a maior parte dos alunos da escola a que pertenço tem em se afirmar. Existem as formas mais estranhas para o fazer. Gritando, ostentando roupas diferentes, pensando de formas pouco comuns… são várias a formas, e a escola já possui fama disso.
Contudo sempre pensei que este forte espírito que chega mesmo a formar companheirismo e união entre todos os membros desta escola não fosse originar numa manifestação sem qualquer fundamento ou ideal para além da desordem e do manifestar única e exclusivamente pelo manifestar.
Só posso compreender e aceitar que aquele que foi uma das “vaias maiores que Sócrates recebeu” da parte de alunos do secundário, tenha sido uma necessidade conjunta de gritar de forma a desanuviar de todos os trabalhos e futuros exames a que estão obrigados.
Não consigo compreender como é que tantos alunos possam afirmar que o “governo fascista é a morte do artista” ou que “obra a obra a escola piora” quando existe um projecto, da parte desse governo a que chamam tal horror (mesmo não sabendo o seu significado), para renovar aquilo que se considera a maternidade das artes plásticas em Portugal, A Escola António Arroio.

Acho que agora só resta aos alunos da António Arroio pedirem desculpa……

sábado, 23 de maio de 2009

Jazz

(Louis Armstrong, autor desconhecido)


Nos estados unidos, nos anos entre as duas guerras mundiais, afirmou-se uma nova música. Da fusão de sons africanos e da cultura europeia (entre muitos outros), nasce aquilo a que hoje chamamos de jazz. É certo que explodiu nos bares clandestinos em Nova Orleães, onde anteriormente tinham nascido as primeiras orquestras de metais, mas rapidamente esta musica se espalhou por quase todos os ouvidos mundiais.

Rapidamente se formaram grupos de seis ou sete músicos que baseando-se na improvisação e um forte sentido de ritmo. Na América, enquanto se sofria com a Grande Depressão, o jazz triunfava e contaminava tudo e todos. Hoje em dia são poucos aqueles que a desconhecem.


Peço desculpa por este péssimo resumo de jazz, contudo não gostaria de deixar de dedicar um post deste blogue aquela aula de português. Obrigado pai e obrigado à professora.

Deixo agora um exemplo do que é isto, o jazz:


Miles Davis, "Time after time"




Estética Barroca


(quadro do músico Bach)

Sobre a corrente e a música barroca tinha escrito no meu caderno de anotações pessoais:

O barroco é uma corrente artística social que nasceu num período da história em que na Europa se vivia constantes crises. Pestes, crises agrícolas e por isso económica foram algumas das coisas que afectaram a sociedade desse período.

Contudo existiu uma necessidade da parte da sociedade em geral, em refugiar-se da crise festejando de forma a poder esquecer.

Tanto na postura das pessoas como em todas as formas artísticas da altura podemos observar uma estética teatral, que nasce precisamente do fingimento da pobreza e da miséria.

A teatralidade da ostentação, nasce uma estética riquíssima em ornamentos e de pormenores.

Este foi o pequeno texto que escrevi no autocarro enquanto me deslocava para casa, sobre a estética barroca. Contudo parece-me bastante resumido e um tanto ou quanto fraco.

Por isso escrevo agora um pouco mais sobre o que é, segundo os meus conhecimentos presentes, sobre as artes deste período.

A literatura deste período foi bastante influenciada por esta necessidade de ostentação e pormenorização. Existe como um desdobrar de um conjunto de histórias interligadas num único livro. Uma escrita circular rica em caracterização e adjectivação. É como se existisse um plano principal e um conjunto de planos secundários que se interligam conjuntamente uns aos outros de forma a se unificarem e formarem um livro apenas. Na forma de escrever em geral é também visível uma tentativa de alteração dos “modelos” até lá existentes.

Na música nasce aquilo que é considerado o melhor exemplo do conjunto que é as artes do espectáculo. A ópera. É também da característica de complexidade e pormenorização teatral que nasce esta nova visão de espectáculo. Um pouco de teatro, música e dança que interligados originam obras fantásticas.
Na música em geral, podendo realçar o nome de Bach, como um dos grandes deste período, é também visível a existência de um plano fulcral que é ramificado por vários outros planos. É como que na mesma música existam vários temas juntos que vão rodeando um principal. Um tema e variações da mesma.
É aqui que mesmo com uma distância de anos entre as duas correntes, podemos relacionar a música barroca com o Jazz.

Há um bater de remos compassado

Retrato do poeta quando jovem
(José Saramago)

Há na memória um rio onde navegam
Os barcos da infância, em arcadas
De ramos inquietos que despregam
Sobre as águas as folhas recurvadas.

Há um bater de remos compassado
No silêncio da lisa madrugada,
Ondas brancas se afastam para o lado
Com o rumor da seda amarrotada.

Há um nascer do sol no sítio exacto,
À hora que mais conta duma vida,
Um acordar dos olhos e do tacto,
Um ansiar de sede inextinguida.

Há um retrato de água e de quebranto
Que do fundo rompeu desta memória,
E tudo quanto é rio abre no canto
Que conta do retrato a velha história.


(In OS POEMAS POSSÍVEIS, Editorial CAMINHO, Lisboa, 1981. 3ª edição)

É um facto que, para além do Memorial do Convento, nunca li nada sobre este escritor. Por essa mesma razão e por outras desconhecia a versatilidade deste português. Para além na originalidade da narrativa presente nos seus romances este escritor também já escreveu alguns bons poemas. Este especial sobre a água. E podemos verificar a existência de amor pelo H2O da parte de Saramago. Outra característica bastante presente neste poema é a frequente visão do povo, das classes inferiorizadas.





Memorial do Convento


(biblioteca do Convento de Mafra, autor desconhecido)

Sobre o Memorial do Convento li uma vez um pequeno texto que julgo que seja um óptimo resumo da obra. É certo que nunca cheguei a terminar de ler o livro por completo. Mas pelo que sei, devido às leituras de resumos e também por ter estudado por alguns livros de apoio à disciplina de português consigo formular alguma opinião sobre a principal obra de José Saramago.

“Era uma vez um Rei que fez a promessa de levantar um convento em Mafra. Era uma vez a gente que o construiu esse convento. Era uma vez um soldado maneta e uma mulher que tinha poderes. Era uma vez um padre que queria voar e morreu doido. Era uma vez”

É um facto de que quando se falar num conto ou romance existe a associação rápida ao inicial sintáctico de “Era uma vez….” prosseguido com a dita história. Contudo julgo que a este romance associo facilmente a um conjunto gigantesco de “era uma vez”, pois é, na minha opinião, um enredo de histórias, grupos sociais e planos narrativos condensados num único livro.

É sem dúvida uma óptima leitura a quem (sem nunca deixar de afirmar que ainda não terminei) facilmente aconselho. Um leitor de quem se fala bastante, não só pela sua característica leitura caracterizada por não conter a habitual pontuação, como também por ter escrito um livro que faz pouco tempo foi produzido para cinema.

Por último gostaria de relacionar o forte fundamente presente no livro. A visão do povo. As diversas desigualdades sociais do século XVIII, como também presentes neste século.

Por isto e por tudo aquilo que não referi aconselho a leitura desta maravilhosa obra.

Made in Portugal


(Mulher-Cão, Pintura a óleo sobre tela, Paula Rego. Um óptimo exemplo de arte portuguesa)

Ao mesmo tempo que via um pouco daquilo que são os globos de ouro portugueses reflectia. Encontrava-me a reflectir sobre o que é arte em Portugal. Não sou um crítico, nem um profundo conhecedor do que é isto de que todos falamos. Está claro que ao longo destes três últimos anos tenho vindo a aperfeiçoar o meu conhecimento.

Sobre um tema que nasceu mesmo dentro daquilo a que chamamos de sala de aula, tenho vindo a pensar. É do conhecimento geral que por todos esses palácios que pelo pais foram plantados existiram muitas vidas que deixaram de existir. Que custou quase todo o conteúdo do cofre português. Custou tanto que Saramago insistiu em deixar registado em português.

O convento de Mafra. Aquele que dom João V mandou erguer naquilo que até lá não passava de uma mera vila. Uma quantidade de matérias-primas gasta. Mas triste é saber que fora quase toda trazida de fora. Existiu, e infelizmente ainda existe essa mentalidade, da parte de quem o mandou erguer uma necessidade de o construir em língua estrageira. Na minha opinião julgo que não é por serem portugueses, espanhóis ou até chineses que lhe concebem o valor que adquiriu.

Queria assim, tal como Saramago fez, fazer eu destacar esta comparação do século XVIII com o presente. Não é uma atitude recente, esta de desprezar o que é português. Não gostamos da marca “made in Portugal”. Temos medo do que é nacional.

Não só nas indústrias de matérias-primas podemos observar isso. Também em marcas como fly london, loiça do ikea, rolhas e muitos mais produtos.

Não queria fazer deste poste uma lista imensamente vasta de produtos que nós, portugueses fabricamos, pois poderia tornar-se cansativo. Apenas gostaria de deixar a minha mensagem para que, tal como muitos os países ditos de desenvolvidos fazem, fazer publicidade ao que é nosso! Ao português!