Ah, um Soneto...
Meu coração é um almirante louco
No movimento (eu mesmo me desloco
Há saudades nas pernas e nos braços.
Mas — esta é boa! — era do coração
Escrevo, mas não para ti. Escrevo, mas não para Ela. Escrevo, mas não para me ouvirem. Escrevo, mas não para me elogiarem. Escrevo, mas não com sentido. Escrevo, escrevo e escrevo, e um dia vou descobrir a escrever a razão pela qual escrevo.
Após ouvir este poema, de Almada, mas recitado por Mário Viegas, durante a aula de Português de oito de Janeiro, fiquei fascinado....
Contudo......
Entristece-me pensar que "no meu tempo" não existe uma geração como esta. Apenas Dantas. Um monte de Dantas que apenas segue a corrente. Uma corrente feita de gotinhas de água, que por tão semelhantes, aparentam misturarem-se, como uma só onda.
14 de Janeiro, 2009
(Mondim de Basto, Trás-os-Montes)
Já no final das aulas do primeiro período fui surpreendido pelos meus pais de que iria passar uns dias em família no Minho. Fiquei super chateado. Não que não goste desta zona do país, até porque para ser franco não conheço, contudo não era o que mais desejava para o inicio de umas férias tão curtas, as férias de Natal. O ideal era passar vinte e quatro sob vinte e quadro horas dentro de água, a surfar, até que os meus dedos se enrugassem de tanto frio.
Contudo já no dia de chegada deparei-me com outras realidades de água. A água em estado de rio. A água em estado de chuva. A água em estado de orvalho. Tudo realidades desconhecidas no meu mundo*.
Por isso este período pretendo não só abordar o mar, as ondas ou o surf, como já tem sido meu costume, como também escrever sobre rios, riachos ou ribeiros.
*o mundo a que me refiro é o blogue que estou a escrever
9 de Janeiro, 2009
Para mim dormir é uma das coisas fundamentais para conseguir viver em plena felicidade. Contudo existe algo que me faz levantar às seis da manha, mesmo que pouco tenha dormido. O mar. Até bem há pouco tempo dizia esta frase, mas substituindo a palavra mar por surf.
Pois bem, hoje acordo mas não para surfar. Devido a uma enorme dor de ombro e também por concelho do médico, sou obrigado a não poder praticar qualquer esforço físico com o braço.
Há mais de dois anos que pratico o mesmo hábito. Acordar cedo, apanhar o autocarro, e dirigir-me de encontro às ondas. Contudo hoje acordei para ficar na praia. Vestido e equipado com a minha máquina nova, da qual tanto me orgulho. Desta feita não acordei para acompanhar os meus colegas de sábado de manhã. Isto é: acordo para ficar a pisar a areia molhada acabada de repor nas praias da costa da Caparica.
Estou na praia do Barbas. Está um frio que me faz tremer momentaneamente. Ao fundo junto do pontão encontra-se uma onda estupenda, que por ser quase perfeita me faz quase despir a roupa e também entrar. Como é possível, no dia que não posso entrar dentro de água estar aquela esquerda espectacular. Contudo pego na minha câmara e troco rapidamente de objectivas, para que possa alcançar a onda com uma qualidade e um zoom superior.
Já completamente preparado início a minha sessão fotográfica. O meu modelo é aquilo que embora não possua vida, faz viver muita gente. Porei eu dizer que sou um “maródependente”? Pois admito-o que sim. Não passo uma semana sem pelo menos o ver, e quando infelizmente isso me acontece por razões que a mim me ultrapassam fico pior que estragado. Passo a semana seguinte chateado, triste, mal-humorado (é terrível quando isso acontece.)
Desta vez decidi encarar a água do lado terrestre. Já em cima das rochas pretas e bicudas que teimam em arranhar-me começo a fotografar os grandes surfistas. Aqueles que me fizeram entrar neste mundo. Aqueles que ainda me fazem permanecer na luta contra as ondas. Aqueles de quem ao lado tanto gosto de permanecer.
9 de Janeiro, 2009
Pois bem, ao fim de cerca de um mês de silêncio, venho por este meio anunciar que abrimos novamente as comportas da barragem. Águas que há muito esperam por regar campos, árvores e flores!
Este ano, (e desde já um óptimo ano 2009) pretendo trabalhar ainda com mais empenho neste trabalho que tanto me agarrou ao computador no período passado (relembro que este trabalho vem no intuito de uma disciplina escolar).
Um excelente ano e que este seja banhado com muita água.
9 de Janeiro, 2009