quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Acordo cedo, sempre cedo

(Barbas, Costa da Caparica, Luís Pedro, Foto Afonso Botelho santos)

Acordo no cedinho. Olhei para o relógio da minha mesinha de cabeceira e encaro a realidade: Não dormi mais de seis horas, e isso nota-se na forma de andar, após me ter levantado da cama.

Para mim dormir é uma das coisas fundamentais para conseguir viver em plena felicidade. Contudo existe algo que me faz levantar às seis da manha, mesmo que pouco tenha dormido. O mar. Até bem há pouco tempo dizia esta frase, mas substituindo a palavra mar por surf.
Pois bem, hoje acordo mas não para surfar. Devido a uma enorme dor de ombro e também por concelho do médico, sou obrigado a não poder praticar qualquer esforço físico com o braço.
Há mais de dois anos que pratico o mesmo hábito. Acordar cedo, apanhar o autocarro, e dirigir-me de encontro às ondas. Contudo hoje acordei para ficar na praia. Vestido e equipado com a minha máquina nova, da qual tanto me orgulho. Desta feita não acordei para acompanhar os meus colegas de sábado de manhã. Isto é: acordo para ficar a pisar a areia molhada acabada de repor nas praias da costa da Caparica.
Estou na praia do Barbas. Está um frio que me faz tremer momentaneamente. Ao fundo junto do pontão encontra-se uma onda estupenda, que por ser quase perfeita me faz quase despir a roupa e também entrar. Como é possível, no dia que não posso entrar dentro de água estar aquela esquerda espectacular. Contudo pego na minha câmara e troco rapidamente de objectivas, para que possa alcançar a onda com uma qualidade e um zoom superior.
Já completamente preparado início a minha sessão fotográfica. O meu modelo é aquilo que embora não possua vida, faz viver muita gente. Porei eu dizer que sou um “maródependente”? Pois admito-o que sim. Não passo uma semana sem pelo menos o ver, e quando infelizmente isso me acontece por razões que a mim me ultrapassam fico pior que estragado. Passo a semana seguinte chateado, triste, mal-humorado (é terrível quando isso acontece.)
Desta vez decidi encarar a água do lado terrestre. Já em cima das rochas pretas e bicudas que teimam em arranhar-me começo a fotografar os grandes surfistas. Aqueles que me fizeram entrar neste mundo. Aqueles que ainda me fazem permanecer na luta contra as ondas. Aqueles de quem ao lado tanto gosto de permanecer.


9 de Janeiro, 2009

1 comentário:

Anónimo disse...

Correcção: "poderei" em vez de #porei#; segundo § a contar de baixo.
Risoleta