domingo, 25 de janeiro de 2009

Sede sou eu!

(Sede de te beijar, Rio Tejo, Affonso)

Ao fundo estava uma fábrica bastante suja e estupendamente inactiva. Um rio brilhante. Uma caravela. Um pescador e até um cacilheiro. Uma ponte encarnada. A 25 de Abril. Um camião para lá, dezenas de carros para Lisboa. Uma costa ao fundo. Um sonho de água clara e transparente, em vez de um esgoto preto e a céu aberto. Uma fuga rápida daquele cais.
Rapidamente água. Preciso de água para sobreviver. Água é a minha sede. Sede de te beijar.
Sede de te abraçar. Sede daquilo que me põe neste estado. Sede de uma tarde bem passada. Sede de fotografar. Sede de possuir sentimentos, tal como os outros sentem. Sede de tudo. Tudo o que outrora foi meu, e que quero que volte.
Gostava de um dia não ter sede. Mas será que nesse dia não vou ter mais sede ainda? Será que é minha mágoa ter sede e desejar não ter? Será que sede é o meu hobbie? O meu trabalho? O meu part-time? A minha escola? Será que sede é tudo? Ou será que sede sou eu?
25 de Janeiro de 2009

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