quarta-feira, 12 de novembro de 2008

A humidade de Sintra

(Os românticos jardins da Quinta da Regaleira)

Iniciei o dia 11 de Novembro por volta das seis e meia. Após a rotina normal saí de casa pronto a apanhar o comboio em direcção a Sintra. A meio encontrei-me com a Márcia. O dia estava agradável em Lisboa, mas qual não é o meu espanto quando vejo aquele tão habitual microclima, característica da serra de Sintra.

Já fora do comboio dirigimo-nos para a Piriquita, a famosa confeitaria dos especiais travesseiros e queijadas. Já de pequeno-almoço tomado encontramo-nos com o resto do grupo, que me iria acompanhar ao longo do todo aquele dia.

O tempo estava húmido, o que obrigava ao constante aconchegamento entre as pessoas. Iniciámos a visita de estudo com uma pequena confusão com as bilheteiras da quinta da Regaleira. Mas facilmente a turma se demonstrou unida e facilmente se resolveu o assunto.
Como guia foi-nos atribuida uma senhora, que sem qualquer tipo de emoção ou expressão falava sobre todo o simbolismo da quinta.

Devo confessar que passear no meio de todos aqueles jardins, de todos aqueles lagos e até grutas artificiais foi algo que recordo com alguma alegria e que me faz lembrar momentos de tranquilidade. É óptimo por vezes, no meio de toda uma semana trabalhosa e cansativa de aulas, poder ter um dia em que ao mesmo tempo que encaramos vários momentos de cultura, também podemos respirar ar puro, a humidade de Sintra, passear no meio daquela confusão de árvores, poder cantar e ouvir nem que ninguém nos oiça no meio da serra ou até poder “ouvir o silencio” como alguns dizem. Devo dar os parabéns a quem organizou e nos proporcionou esta visita, não só por uma questão escolar, mas também fazer com que se criem laços entre os alunos e até entre alunos e professores. Algo que eu sinto falta nesta minha turma.

Durante a visita fui ouvindo com muita atenção todos aqueles textos decorados pela guia e fui tentando interpretar algumas coisas que me interessassem para o meu trabalho sobre a água. Confesso que foram poucas as intervenções sobre a água feitas pela guia que consegui prestar atenção. Contudo pude perceber que na quinta da Regaleira a água é encarada como símbolo do renascimento. Um poço onde morremos fisicamente no topo, que depois de toda uma psicanálise (e uma longa descida em caracol no poço iniciático) passamos por uma gruta escura para depois encontrarmos a luz e a água como símbolo do renascimento psicológico.

Já no palácio a água surge através de conchas, búzios, peixes, cordas e até bóias esculpidas em pedra, como em dois frescos pintados por dentro do palácio nobre, que me fizeram lembrar episódios d'Os lusíadas.

Incrível como a humidade de Sintra pode transformar a atitude das pessoas. Pessoas que vejo regularmente na escola com uma atitude negativa, durante o dia passado em Sintra transformaram-se em pessoas sociáveis, agradáveis e até faladoras, deixando de lado toda uma atitude competitiva que regularmente possuem.
A fase seguinte, após toda uma subida pela serra, foi passada no palácio da Pena. Um palácio que pode parecer por vezes um pouco fantasiado, ou até mesmo retirado de um conto de fadas. Durante a visita do interior do palácio tive como guia a professora Luísa Mendes, que por ser grande conhecedora e apreciadora da maior parte do recheio de todo o palácio conseguiu captar por completo a minha atenção. Confesso que aprendi bastante, tendo apenas como problema nesta parte da visita o facto de não poder fotografar.

A descida, já realizada durante a noite, foi mais rápida, pois tivemos a sorte de apanhar boleia de um senhor francês. Chegado novamente à vila de Sintra dirigimo-nos para o local onde começou esta visita. Não podíamos deixar de voltar para Lisboa sem um pacote das deliciosas queijadas de Sintra.

Visita relatada só tenho a realçar o facto de ter sido bastante do meu agrado e também pedir para que sejam organizadas visitas semelhantes. Gostava também que todos os professores fossem comunicados de todo o ambiente que se viveu durante a visida, para que não sejam apenas falados os defeitos do 12ºA.

2 comentários:

Anónimo disse...

Afonso, fico contente com este teu texto em que dás testemunho da importância que conferiste a esta visita de estudo. Quando te vi de máquina fotográfica na mão, fiquei na expectativa de ver as óptimas fotografias (no meu entender, que não sou especialista…) que agora aqui encontro.
Confirmo a tua apreciação quanto ao bom ambiente que se viveu durante esta visita. Fiquei muito feliz por isso.

Para além de algumas "desatenções" em relação à pontuação, encontro excesso de utilização das palavras TODO e AQUELE, também nas suas variantes feminino/plural .
Alguns dos erros não o são, apenas gralhas, assim me parece, por isso poderias evitá-las com uma leitura do texto depois de publicado. Assim nos pouparias trabalho :-) (a mim e a ti).
R
CORRECÇÕES
[…]
mas QUAL não é o meu espanto quando vejo aquele tão habitual microclima, característica da serra de Sintra.
[…]
INICIÁMOS a visita de estudo com uma pequena confusão
[…]
Como guia FOI-NOS ATRIBUÍDA uma senhora,
[…]
Devo confessar que passear no meio de todos aqueles jardins, lagos e até grutas artificiais foi algo que recordo com alguma alegria e que me FAZ LEMBRAR momentos de tranquilidade.
[…]
É óptimo por vezes, no meio de toda uma semana trabalhosa e cansativa, TIRAR VÍRGULA de aulas VÍRGULA poder ter um dia em que ao mesmo tempo que encaramos vários momentos de cultura, também podemos respirar ar puro, respirar RETIRAR REPETIÇÃO DESNECESSÁRIA E SEM INTERESSE ESTÉTICO a humidade de Sintra,
[…]
Confesso que foram poucas as intervenções sobre a água FEITAS PELA guia a que consegui prestar atenção.
[…]
como símbolo da RENASCIMENTO.
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como símbolo da RENASCIMENTO psicológico.
[…]
D’Os Lusíadas. MAIÚSCULA E ITÁLICO
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Durante a visita
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grande conhecedora e apreciadora da maior parte do recheio de todo o PALÁCIO consegui captar POR completo
[…]”

Anónimo disse...

"Não podíamos deixar de voltar para Lisboa sem um pacote das deliciosas queijadas de Sintra."
Sim, para não te acontecer como ao Cruges d'OS MAIAS, que depois de tantas recomendações à saída, acabou por se esquecer das queijadas... com a agravante que naquela altura a viagem não demorava uma hora...