sexta-feira, 1 de maio de 2009

Encontro-me desencontrado de ti

(Trabalho de Doris Salcedo, Titulo desconhecido)


"A minha vontade cresce! a minha vontade de te conhecer cresce. Cresce como quem tem vontade de ser maior e sabe que nunca será.
Apaixono-me sem saber por quem, vontade de um dia dizer que hoje foi apenas um dia.
Gostava de ser Ele, e não aquele que por vezes me fala. Não me satisfaz saber que não te tenho. Mas não me satisfaz também saber que um dia não te vou ter, e por isso não sei se me satisfaço contigo.
Não te escrevo, apenas desabafo contigo. Escrevo com teu nome para um dia saberes. Não te quero falar, não me quero apaixonar, não te quero ganhar! Não me quero perder. Não me cativo para não te pedir.
Vejo-te; tenho medo, quero ganhar, quero saber o que queres, para ambos sabermos jogar.
Jogo esta vida como quem joga monopólio. Monopólio esse onde a banca distribui sentimentos. Sentimentos esses que podem ser ou não compatíveis. Seremos nós o oposto ou o semelhante?

Apenas quero ser feliz
O que quero é saber, longe de ti, que me queres! Não me deixes só pois tenho medo do escuro. Escuro que não conheço, escuro onde não te vejo, só sei da tua existência.

Encontro-me desencontrado de ti."


Texto encontrado em folhas rasgadas no canto do quarto. transcritas por mim com dificuldade mas com bastante empenho.

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